Coincidência ou não, depois que virei mãe tenho recebido várias mensagens sobre viajar para o Uruguai com bebês.
São perguntas sobre dicas do que fazer com os pequenos e outras mais especificas sobre se vale a pena fazer parte do enxoval aqui ou se encontramos determinados produtos nas lojas ou farmácias.
O que fazer na cidade vai depender muito da idade dos pequenos, se for bebezinho de colo não tem muito o que inventar, né? A minha tem quase três meses e nossos passeios por enquanto basicamente se resumem a caminhadas na rambla.
Montevidéu é uma cidade plana e com uma orla bem extensa, o que quer dizer que temos quilômetros e quilômetros para passear com os bebês sem passar sufoco empurrando o carrinho em subidas e descidas.
As demais atividades que fazemos são de adultos que ela acompanha no carrinho ou canguru/sling.
E aí claro que organizamos todo o passeio para que fique sempre mais comodo para ela, se vamos almoçar fora no fim de semana, por exemplo, tratamos de sair com ela já de barriguinha cheia e chegar super cedo para não precisar esperar muito a comida e poder escolher a melhor mesa do restaurante (aquela que acomoda carrinho, bolsa, não fica embaixo do ar condicionado, na passagem dos garçons ou no caminho do banheiro e toda sorte de detalhes que sem filhos jamais imaginei rs).
Agora se os filhotes são maiores, é preciso incluir no roteiro atividades de entretenimento para eles também. Vou fazer um post com opções para crianças depois, nesse queria focar nas dúvidas de bebês.
Respondendo algumas perguntas:
- Qual leite encontramos?
Já vi o Nan, Similac, Sancor e Nutrilon.
O Nan e Similac custam entre 470 e 580 pesos, depende da farmácia (acho mais barato na rede de farmácia El Tunel, tem no bairro Pocitos, Punta Carretas e próximo a rodoviária Tres Cruces). O Sancor é uma marca argentina e custa mais barato.
Aqui em casa o aleitamento é misto, testei a Sancor e foram os piores três dias da vida, deu muita cólica na bebê. Hoje usamos apenas a marca Similac.
- E fraldas?
Vendem nos mercados, farmácias e aqui tem uns locais chamados pañaleras que vendem fraldas e produtos de higiene para bebês.
Encontramos as marcas Pampers, Huggies e Babysec. Não sei como é a aceitação da Babysec no Brasil, eu não conhecia e ganhei algumas no chá de fraldas, gostei bastante da linha Premium e tem um preço em conta.
- Papinhas
Frutas e verduras tem em toda esquina, nos mercadinhos, grandes redes de supermercados e feiras de bairro que acontecem de domingo a domingo por toda Montevidéu.
Antes de reservar o hotel, consulte sobre a possibilidade (e horários) de usar a cozinha para preparar as refeições do bebê.
Se quiser almoçar fora, uma dica é almoçar nos restaurantes vegetarianos, seguramente terá um menu com bastante opção de coisas saudáveis para escolher.
Nos restaurantes 'comuns', geralmente é só pedir na cozinha que façam um 'prato' para o baby, costumam fazer sem problemas (peça gentilmente para cozinharem alguma verdura só com água e sem sal ou com pouco sal se for do seu agrado).
Se o bebê come papinha industrializada, nos mercados há de diversas marcas: Nestlé, Heinz e as locais Los Nietitos e El Hogar.
- Bebê suja muita roupa, onde lavá-las?
Se não quiser lavar na mão (eu lavo na pia mesmo quando estou viajando, são peças pequeninas e fáceis de lavar) e seu hotel não tiver serviço de lavanderia, não se preocupe.
Sempre me chamou a atenção a quantidade de lavanderias na cidade, em Pocitos, por exemplo, está cheio de lavaderos e geralmente entregam a roupa limpinha de um dia para o outro.
Sempre me chamou a atenção a quantidade de lavanderias na cidade, em Pocitos, por exemplo, está cheio de lavaderos e geralmente entregam a roupa limpinha de um dia para o outro.
- Assistência Médica, Remédios e Produtos de Higiene
Acho importante viajarmos com seguro viagem e nossa farmacinha pessoal, rezamos para não usar, mas se precisar está ali facilitando a vida.
Ainda não saí do país com a baby, mas nas minhas viagens já contratei os seguros da Mondial (não precisei usar, mas tem muitos comentários positivos na internet), GTA e Assist Card, nessas duas solicitei atendimento médico e tudo correu bem, nenhuma ocasião foi grave ou emergência, liguei e horas depois o médico passou no hotel.
Em casos de emergência, o Pereira Rossel é o hospital pediátrico e público da capital uruguaia.
Remédios para cólicas e febre vendem sem prescrição nas farmácias, como no Brasil vendem Luftal sem receita (aqui um dos mais vendidos é o Fator AG), mas todo cuidado é pouco com auto medicação.
Produtos de higiene tem várias marcas, o que mais vejo são artigos da Johnson Baby e para assaduras tem a Desitin tão aclamada pelas mães.
- Enxoval
Não acho que vale a pena se levarmos em consideração os preços, é tudo muito parecido ao Brasil nesse sentido. Mas se for pela boniteza das coisas, pode compensar.
Para roupinhas tem algumas lojas autorizadas da Carter's, como a Había Una Vez e Petit Baby. Fiz quase todo o enxoval comprando diretamente no site da Carter's e mandando entregar aqui, saiu mais barato. Mas se você der sorte de chegar em época de liquidação, os preços estarão razoáveis, do contrário pagará o dobro ou triplo do que vale realmente lá na gringa.
Se a pessoa for do tipo que não dá bola para grife, poderá se surpreender com as coisinhas das feiras.
Minha Gabi nasceu no inverno e eu sofri procurando roupa adequada em Salvador e Montevidéu, foi na feira do Parque Rodo e Tristán Narvaja que encontrei vários conjuntinhos de linha e crouchet fofíssimos por meros trinta e poucos reais (mas isso é dica para quem chega na época do frio, agora no calor essas coisas meio que somem de circulação).
- Amamentar na rua
Perguntaram se é bem visto amamentar em locais públicos e não sei dizer o que o povo pensa, sei que a campanha pelo aleitamento materno exclusivo é muito forte aqui.
Eu não faço cerimônia se precisar amamentar na rua, não tenho vergonha - amamentar é lindo - nem ligo se tem gente olhando.
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Fico feliz de ver as pessoas se animando a viajar com os filhos, de verdade. Mesmo dando trabalho preparar a saída, as lembranças que tenho das férias em família são uma delicia!
E sou marinheira de primeira viagem, mas já entendi que ficar cricri com o relógio é insano, as vezes a gente marca de sair às 12h e bem nessa hora com tudo pronto é uma fralda para trocar, um choro para acalmar e quando vemos já passou uma hora.
Correr é desgastante, tanto para os pais como para o bebê que absorve toda essa ansiedade. Se dá para manter os planos, ótimo! Se não dá, inventa outra coisa, pode ser até ficar em casa brincando de bater palmas. O que não vale é perder a paciência e o humor.
Acho uma furada querer viajar com bebê na expectativa de fazer trocentas atividades em dois dias. Quando me pedem dicas, a primeira coisa que penso em dizer é: viaje, mas tire o pé do acelerador e aproveite o que der sem cobranças.
Abraço! ;)