Oi, prazer! ;)
Me chamo Jamile, pisciana, baiana de Salvador.
Vivi, estudei e trabalhei em muitos lugares, venho fazendo o exercício de me descrever sem começar dizendo o que faço para pagar as contas ou trazer certas obviedades genéricas como amo livros, praia, vinhos, viagens. Não que tenha algo errado com essa forma de apresentar-se ao mundo, mas venho flertando com a ideia de outros caminhos.
Minha história com o Uruguai começou em 2010 quando fiz uma viagem de férias.
Nessa visita de poucos dias, além de conhecer os principais pontos turísticos da capital, conheci também o maridón.
Nosso relacionamento foi avançando, a ponte aérea entre os dois países fazia parte da rotina até que decidimos morar juntos.
Escolhemos Montevidéu como lar e assim desembarquei de mala e cuia para viver no paisito quase um ano depois daquela primeira viagem.
Corta para 15 anos depois: temos 2 filhas - Gabriela de 10 anos e Olivia de 3 anos - uma nascida na capital uruguaia e outra em Barcelona, sem muito planejar nesse tempo fomos uma família meio nômade, só com as crianças vivemos em 4 países diferentes: Medellín na Colômbia, Dublin na Irlanda, na Espanha como já adiantei e no Uruguai, primeiro na capital e mais recentemente em Maldonado.
No Brasil me formei em Direito pela Universidade Católica, no Uruguai me recibí como Analista em RRHH pela Ude (também estudei sommelier profesional na Facultad de Quimica da Udelar, geração 2012, amava, mas não pude ir até o final), na Colombia fiz cursos de confeitaria certa que abriria um café (foi onde passei a tomar gosto por café, pelo cheiro, uma memória olfativa de lá), em Barcelona estudei fotografia numa escola feminista incrível no Poblesec que sucumbiu na pandemia. Tracei rotas desconexas, eram múltiplos desejos e interesses. Agora perto dos 40, observo que em todas essas vidas escrevi.
No primeiro processo de mudança para Montevidéu - ainda jovencita e sem filhas - recorria com frequência ao santo Google buscando informações sobre o país, mas o material que aparecia nos resultados das pesquisas era pequeno perto da minha curiosidade e quase sempre com conteúdo muito parecido, mais que um roteiro de 2 dias eu queria me aprofundar, saber como era o cotidiano, as particularidades, as entrelinhas da vida no Uruguai.
Quando efetivamente mudei - em janeiro de 2011 - fui descobrindo com as vivências e me encantando com o valor humano, a idiossincrasia, a riqueza cultural, a beleza dos campos e praias, era muita coisa que eu nunca tinha ouvido falar (a internet era mato, jovens).
Sentia que precisava dividir essas experiências, escrever sempre foi uma constante na minha vida e contar minhas impressões sobre o lugar que me acolhia tão bem, surgiu quase como uma relação de troca, como um agradecimento mesmo. Queria aportar un granito de arena, como dizem nas bandas de cá.
Muito humildemente, sem saber o alcance que teria (de novo, tudo era mato, não existia influencer, era hobby e genuíno, escrevia quem gostava de escrever e tinha prazer em conectar-se com outras pessoas, não se fazia dinheiro com isso - inclusive, ainda faço muito pouco, a receita do blog hoje vem da venda de guias e consultoria, para ser rentável precisaria vender pelo menos 4 vezes mais, ou seja, comparando com a galera dinossaura que eu trocava figurinhas nos fóruns de viagens nos primórdios da blogosfera, fui das poucas que seguiu no nicho e falhou nesse processo de viver da internet hehe, mas o que me levou a publicar o primeiro texto segue vivo e talvez por isso ainda esteja aqui).
O nome Viver Uruguay foi escolhido como um convite a conhecer o país além das dicas clássicas dos guias turísticos, está muito em alta o conceito fora do óbvio e turismo de experiências e conexão, mas a real é que já nos lançamos assim lá em 2012.
O objetivo sempre foi mostrar a essência e beleza do cotidiano, os traços culturais como um ponto de partida para descobrir e se apaixonar pelo Uruguay dos uruguaios: manter a grafia com 'y' na minha cabeça trazia toda essa linha de pensamento - anos depois descobri que dificultaria muito nas técnicas de SEO e afins, porém mantive, pois teimosa e rebelde hehe.
O blog chegou a ter o maior volume em língua portuguesa de informações sobre vida e viagem no Uruguai na internet, é com muita alegria que acompanho - pasito a pasito - o crescimento desse cantinho, nunca imaginei que pudesse alcançar tanta gente ou que pudesse aprender tanto compartilhando o que vivia.
O Viver Uruguay é uma marca que construímos juntos, nossa rede é composta por pessoas reais - não há número fake para inflar ego nem IA para criar conteúdo vazio, tudo é vivido e sentido com calma e com alma - que valorizam e desejam uma imersão autêntica no Uruguai.
Meu muito obrigada a você que acompanha, participa e incentiva esse projeto! ;)
Abraço!
