Rota dos queijos em Colônia

Venho recomendando há anos essa rota dos queijos artesanais - acho a melhor surpresa no caminho até Colônia do Sacramento - que ainda segue fora do radar do turismo de massa.

 

Essa parte do oeste uruguaio teve forte influência da imigração italiana e suíça, a cidade de Nueva Helvecia, por exemplo, é um caso curioso: até hoje eles mantêm os escudos dos cantões suíços de origem das famílias nas fachadas das casas e vários pontos da cidade fazem referência a esse legado.


As queijarias que facilmente encontramos entre as cidades de Colonia Valdense e Nueva Helvecia - distante apenas 60 km de Sacramento - são uma herança dos costumes desses imigrantes que trouxeram o conhecimento e a técnica da elaboração de queijos. 


Rota do queijo no Uruguai

No paraíso, ou queijaria La Cumbre.


Há registros do ano 1891 que constatam a presença de 300 famílias de origem suíça e 100 queijarias instaladas no departamento de Colônia, um número expressivo, principalmente levando em conta o tamanho das cidades nessa região.


Daí que a diferença de clima, do gado e outros fatores, levaram à necessidade de improvisar e adaptar, surgindo então uma nova variedade de queijo própria dessas bandas: o queijo colonia. Batizado assim com o nome do departamento (Estado) onde nasceu. 


É um queijo semiduro elaborado com leite de vaca que muita gente associa a um tipo Gruyère, um clássico - e uma delícia! - da gastronomia local. 

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Roteiro alternativo em Colonia do Sacramento

Uma sugestão de roteiro em Colônia do Sacramento que ultrapassa os limites do simpático centrinho histórico e encontra outras bonitezas no bairro vizinho Real de San Carlos e proximidades. 


Uma região mais residencial com ótimo calçadão para caminhar e até para curtir uma prainha de rio (ainda que nossa favorita seja a praia de Santa Ana, pega essa dica também). 


É onde fica o letreiro com o nome de Colônia e um pouco mais adiante a impressionante - e curiosa! - Plaza de Toros.


Roterio alternativo Colonia do Sacramento

Dona de uma arquitetura imponente, a Plaza de Toros é fiel ao estilo espanhol, mas teve um destino bem diferente aqui no sul do mundo: inaugurada em 1910, funcionou por apenas 2 anos, logo as touradas foram proibidas no Uruguai - olé! - e o lugar terminou abandonado por décadas.


A reabertura aconteceu recentemente, em dezembro de 2021, agora funciona como um complexo cultural onde acontecem shows e exposições, também oferecem visitas guiadas de quarta a domingo a partir das 11h. 


A visita custa 200 pesos e menores de 12 anos não pagam.


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Onde comprar vinhos em Montevidéu

Nosso lugar favorito para comprar vinhos em Montevidéu é a Balbuena Wines.

Um local simpático bem pertinho do querido Mercado Ferrando e Parque Rodó, ou seja, fácil de encaixar no seu roteiro turístico, que oferece uma seleção impecável de vinhos uruguaios.


Pra mim o diferencial da Balbuena é o suporte ao cliente, as recomendações são sempre pertinentes e interessantes, mesmo pra gente que já conhece bastante do mercado local.


Onde comprar vinhos em Montevideu

Levamos mais de uma década visitando vinícolas e consumindo vinhos nacionais, eu digo em tom de brincadeira que é contra a religião da nossa casa comprar garrafas gringas, mas a real é que o que entra de vinho estrangeiro aqui é garimpado nas viagens, uma vez no Uruguai nossa aposta é 100% em vinho uruguaio e tem tanta coisa boa, gente! 


Se deixem surpreender, a oferta só melhora a cada ano e eu recomendo fortemente que vocês experimentem a produção local.


E reclamem quando não encontrarem vinhos uruguaios nos restaurantes, as vezes acontece por questões comerciais e de patrocínio de só ter vinho argentino ou então só de uma bodega rica uruguasha - não tem nada de errado com a bodega rica, gosto e consumo também - o problema é quando não tem mais espaço para outra coisa e todo canto que vai tá lá a mesma marca, mas olha eu com uma leve polêmica e fuga do tema para variar hehe. Não sei se resolve, mas pelo menos fica a constância que percebemos e queremos mais.


A Balbuena é um projeto com pasión, tocado pelo Santiago que é um grande entusiasta do ramo e o Líber que tem uma trajetória consolidada no mundo dos vinhos, já foi premiado melhor sommelier do Uruguai e representou o país em concurso internacional, conhece de perto os produtores e os muitos rótulos dos mais variados que encontramos na loja: são cerca de 130 opções. 


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Sacramento: o básico e o bairro histórico

Dando continuidade ao nosso roteiro em Colônia do Sacramento, trago hoje as curiosidades e bonitezas clássicas para desbravarmos de um jeitinho especial seu charmoso bairro histórico.

Para tal vou começar com um breve contexto histórico: Colônia guarda a peculiaridade de ter sido fundada pelos portugueses em 1680, é considerada a cidade mais antiga do Uruguai (como referência, somente 46 anos depois iniciou-se a fundação de Montevidéu). 

A ocupação dessa região foi uma estratégia portuguesa a fim de manter os lucrativos laços comerciais na rota do escoamento da prata e contrabando de produtos manufaturados entre as colônias no Novo Mundo e Europa.

Alguns detalhes dessa linha do tempo são interessantes relembrar, não é curioso pensar numa afronta assim nas fuças do inimigo? A cidade de Buenos Aires (na época um domínio espanhol) se encontra distante apenas 50 km de Colônia pelo rio. Por que escolheram essa localidade e não outra? 

Muita gente pula essa parte, mas eu sou a turista perguntadeira hehe. Cê fique a vontade para ir direto ao roteiro rolando mais abaixo.

Roteiro em Colonia do Sacramento

Prévio a esse momento da ocupação, tivemos um longo período compreendido entre 1580 e 1640 regido pela União Ibérica que foi a unificação das coroas portuguesa e espanhola sob o domínio do rei Felipe II da Espanha: num golpe de sorte ou azar - dependendo de qual lado te conta - quando o Sebastião, então rei de Portugal, morreu numa batalha na África sem deixar herdeiros diretos, quem terminou abocanhando o trono foi seu tio Felipe - vulgo rei da Espanha -  que faceiro passou a administrar simultaneamente os dois maiores impérios do mundo. 

Os vínculos se estreitaram, rolando ali um comércio - do dicionário exploração - intenso entre Potosí, Buenos Aires e Brasil. Numa certa camaradagem - pero no mucho como veríamos mais adiante - já havia um número razoável de portugueses fazendo negócios e habitando também em Buenos Aires. 

Quando finalmente Portugal recuperou sua autonomia política, desvinculando-se totalmente da Espanha, entendeu necessário fortalecer as fronteiras e retomar sua influência nas rotas comerciais, o que significava posicionar-se estrategicamente também no eixo rioplatense. 

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Fim de semana em Montevidéu

Fiquei na dúvida se trazia o título desse texto como um fim de semana ou rotas gulosas em Montevidéu, gosto mais do segundo que surgiu acompanhando a viagem de um cozinheiro argentino pela capital uruguaia.


Modo nostalgia total. Quando mudei para o Uruguai via muita tv tentando aprender as nuances do idioma - hoje nem temos mais tv em casa! - e não perdia o programa Cafe San Juan, o formato era incrível, sem a rigidez dos programas culinários da época, o Lele mostrava os bastidores do seu bistrô: desde o processo criativo do menu às compras, receitas e serviço. 


Já tinha anos que não via nada dele e de repente rolando o instagram apareceu como sugerido, foi como voltar no tempo. Terminei de assistir com um sorrisinho orgulhoso: o rolê foodie dava um match quase integral com as escolhas do nosso guia


Escrevi e imediatamente veio o ranço do vício linguístico das expressões em inglês. Eu me permito a troca com o espanhol, latinos que somos, de onde escrevo e tudo mais, mas o inglês além de achar brega esse excesso que andamos recorrendo, ainda falo mal pra caramba a língua, não tem sentido nem defesa haha. 


A primeira coisa que veio à cabeça para substituir foi rotas gulosas. E na moral - sinta agora o baianês - quem precisa de foodie quando se tem guloso no dicionário? <3


Só batizei o texto com o fim de semana porque não só comemos nessas escapadas para a capital, tem sempre ali no pacote um museu, livraria, parque, feira, pracinha com as crianças. A gente quer comida, diversão e arte.


Rota gastronomica em Montevideu
Sobremesa no Savarin

Ou la vida mismo desenrolando, o ritmo e o que faziamos quando moravamos em Montevidéu e escapavamos da rotina rumo ao leste que agora é casa, olha as voltas, se até minha vida é um vai e vem, não me peça mais objetividade num texto sem limite de caracteres hehe.


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Roteiro no Uruguai: Resumão de Carmelo

Faz pouco mais de um mês cruzamos o Uruguai de leste a oeste e fomos passar uns dias em família entre Colônia do Sacramento e Carmelo, destinos que amamos e repetimos já nem sei dizer quantas vezes.

Mostrei alguns achados e belezas da viagem no Instagram (nunca ao vivão porque não sou dessas, não dou conta nem tenho intenção de dar hehe). Voltei querendo fazer mais, escrever mais, registrar onde não desaparece em 24h .  

Pisar no freio. Um cadinho da sua atenção sem 47 atualizações piscando por minuto, obrigada. Vou fazer um mini guia, pensei antes da viagem. Faz tempo prometo (pra mim mesma) juntar toda info e publicar um material desse nosso jeitinho com outros destinos do Uruguai. 


E ficou pronto, vai sair logo mais um PDF (tá na edição, viva!), mas queria o conteúdo aqui no blog também. Integralmente e de forma gratuita que não é novidade nesses 12 anos de blogueiragem. Antes de virar guia, tudo é compartilhado (e as vezes copiado sem nenhum creditozinho kkcry).


Carmelo no Uruguai Roteiro

 

O formato guia é nossa curadoria organizada, atualizada e fácil para acompanhar sua viagem. O dinheiro arrecadado é um incentivo simbólico ao conteúdo honesto e autêntico que apresentamos. Sua colaboração faz a diferença.


Muito que bem, vamos começar com o roteiro? Vou fazer um resumão dos lugares que passamos nessa viagem e durante a semana vou liberando uma serie de post com as propostas mais detalhadas.

A primeira parte em Carmelo:


Hospedagem: Casita em Zagarzazu

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