Outono em Montevidéu: as cores do Jardim Botânico

Montevidéu costuma ter as estações com características bem definidas - digo costuma porque em tempos de apocalipse climático ninguém pode garantir nada mais - e acho das coisas mais prazeirosas ir acompanhando as mudanças ao logo do ano.


Outono e primavera são meus períodos preferidos, tem algo de preparatórios, chegam ainda sem a intensidade dos extremos - nem muito frio nem muito calor, permite ir curtindo o processo, vai anunciando, como aos poucos esfriando ou esquentando os dias - e entregam muita beleza em cores, da paleta terrosa clássica do outono à profusão vibrante dos jardins na primavera. 


Amo especialmente o mês de maio quando as folhagens estão no auge da coloração - depois vai caindo tudo no quintal, assim SandyJuniando mesmo. Outro mês especial para quem é arrebatado por essas pequenas sutilezas é novembro, época dos jacarandás em flor, subitamente a cidade ganha muitos tons lilás, mas isso conto outro dia.


Hoje, vim contar - na verdade mostrar as fotos que dizem por si o que muitas palavras tentam, a ideia era abrir uma pequena e óbvia introdução, logo seguir com as imagens, mas eu sempre escorro pelas ramas com o lápis ou teclado nas mãos, falando de árvores até que não foi tão inapropriado hehe - sobre o lugar da capital onde o outono surge ainda mais bonito: o Jardim Botânico.



O Jardim Botânico de Montevidéu fica no bairro do Prado, um parte belíssima e tradicional da cidade. No nosso guia há sugestão de roteiro que rende uma tarde ou dia inteiro por lá, de todas as possibilidades essa é a que menos engaja, atribuo à distância e ao não hype


O bairro meio que nunca vingou na blogosfera viajante brasileira, não goza da mesma popularidade que Pocitos ou Punta Carretas, embora tenha atrações de peso: uma arquitetura magnífica - era onde as famílias abastadas do início do século XX tinham suas luxuosas quintas de veraneio, vejam a Casa Quinta Soneira, Casa Quinta Aurelio Berro e a Casa Quinta Eastman, para citar alguns exemplos, e também a Residencia Presidencial que fica nessa região - museus impactantes e muito verde, do próprio jardim botânico com aproximadamente 1500 especies, ao simpático jardim japonês e rosedal. E o melhor? Tudo com entrada gratuita. Pois é.


Fomos num dia cinza de maio, entramos e logo encontramos a Fuente de las Garzas, o centro do parque.


Escolhemos aleatoriamente uma das rotas e chegamos no parquinho, entre escorrega, balanço e um tapete de folhas no chão. As crianças deitaram e rolaram, muito real aquela cena de filme de brincar de jogar as folhas pra cima, também aquela satisfação no farfalhar das folhas secas ao caminhar. 



O passeio foi cheio dessas sensações até o corredor de ciprés calvo, a parte que acho mais bonita do jardim e que desejo retornar cada mês de maio para voltar a admirar. 


Terminamos o trajeto - feito muito intuitivamente - no Invernáculo que é possível conhecer por dentro se inscrevendo nas visitas guiadas que ocorrem semanalmente, são apenas 15 vagas e costuma esgotar com facilidade, veja mais info aqui



O Jardim Botânico atualmente funciona todos os dias de 7h30 às 18h (o horário varia ao longo do ano, sempre confirme previamente na página oficial).


Deixamos o jardim, mas seguimos aproveitando os encantos do bairro. O Prado é sempre uma boa pedida <3


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