Como vestir crianças e bebês no inverno

Tenho recebido muitas mensagens de pais e mães com dúvidas sobre como vestir crianças e bebês no inverno uruguaio.

Mostrei no Instagram as peças que usamos com a nossa filha e achei que valia a pena deixar algumas dicas (que servem para adultos também) registradas aqui no blog.

O inverno no Uruguai é moderado, as temperaturas oscilam entre 6°C e 16°C, números que seriam mais fáceis de lidar se não houvesse o fator vento mucho loco dando pinta nas cidades, principalmente nas que beiram o rio ou o mar.

Os meses mais frios costumam ser julho e agosto, a notícia boa é que usando as roupas adequadas, dá para enfrentar o frio e o vento típico da estação sem passar perrengue.

O que funciona é vestir-se em camadas e não exagerar empacotando os pequenos, tenha em mente que bebês com 34567 camadas de roupa tendem a transpirar e o corpinho úmido com o vento frio é uma combinação desastrosa.

O ideal para dias de baixa temperatura seria vestir-se em 3 camadas: a primeira mais justa ao corpo, a segunda que usamos habitualmente e a terceira complementar que seria o casaco e acessórios, como cachecol ou gorro.

Não é regra usar as 3 camadas na parte inferior e superior do corpo, depende da percepção de frio de cada pessoa.

Eu, por exemplo, nesse tipo de inverno moderado não consigo usar meia calça ou legging por baixo da calça jeans, me incomoda mais do que ajuda e aí você só vai saber vivendo, ou seja, na dúvida traga tudo bonitinho na mala hehe.

Como vestir criança no inverno no Uruguai
Gabi brincando no frio <3

Nos pés use sempre sapato fechado, esqueça o combo sapatilha e meia calça porque é pedir para passar sufoco: os pés ficam gelados, o solado fino e a meia não protegem nem em dias secos, imagine em dias de chuva.

Agora voltando aos filhotes, quando minha filha era bebê, usava sempre as 3 camadas.

A primeira era um body de manga curta ou comprida, dependia do frio do dia, se fosse uma tarde de 6°C escolhia um body de manga comprida, agora se fosse uma tarde de 16°C um body de manga curta era suficiente, mais uma calça de algodão e meia curta nos pés.

A segunda era um macacão fechado no pé, o material dependia também da temperatura do dia, as vezes bastava um de algodão mesmo, outras vezes usava um fofinho tipo fleece.

A última camada era sempre uma jaqueta de nylon forrada (importantíssima para cortar o vento) e em dias muito frios colocava um gorro.

Outra opção para bebês é usar só a primeira camada com um super macacão de frio desses tipo snowsuit, são quentinhos e muito práticos.
Como vestir bebês no inverno uruguaio
Foto e roupa da loja uruguaia Había Una Vez 

O que mudou depois que Gabi passou de bebê para criança, na verdade já quando começou a andar, foi abrir mão dos bodies e macacões com pezinho fechado para usar camisetas e sapatos.

Pode usar tênis, mas evite os que são de lona ou tecido porque podem molhar no meio do passeio num segundo de distração numa poça perdida no parque hehe.

Gosto também de botinha curta e aqui aproveito para falar que galocha não é calçado adequado para frio, é calçado só para a chuva, num dia de muito frio o material de plástico sem forro pode deixar o pé gelado e/ou suado.

Na parte inferior do corpo, eu prefiro usar  uma calça de moletom mais grossinha do que a dupla meia calça e uma calça jeans.

Protege bem e fica mais confortável, mas eu tenho trauma de meia calça pinicando haha, acho que já deu para perceber.

Se você achar melhor usar a meia calça por baixo, procure uma de algodão que seja cômoda, não aperte na cintura e que a calça de cima seja mais folgadinha para não ficar tudo embolado, incomodando os movimentos da criança.

Nessa fase de Gabriela quase aos 4 anos, as camadas por aqui são: calça moletom + camiseta de manga curta ou comprida +  tricot ou sweater + casaco.

O casaco continuo preferindo com o material de nylon e forrado. Gosto dos modelos tipo parka que são mais compridos - passam da altura do bumbum - com capuz e o punho fechado.

Foto Site Zara IE

Quanto aos acessórios, minha filha nunca usou cachecol ou luva no Uruguai, mas acho que era pura teimosia charrúa que a essa altura da vida já incorporei.

A impressão que eu tenho é que o uruguaio adulto prefere - inconscientemente, talvez - passar frio a usar gorro e luva, há dias de inverno que a temperatura cai mais que a média, mas o povo sai firme com as mãos no bolso (e eu vou junto haha).

Já o cachecol é um acessório inseparável das chicas, mas na pequerrucha como usava as camadas e os casacos geralmente fecham até em cima no pescoço, achava que não era necessário. Caso sua criança não esteja acostumada ao frio, recomendo trazer, sim.

Para crianças menores, eu gosto do gorro que tem o modelo do chapéu do Chaves, sabe? Aquele que cobre a orelha e amarra, o gorro do modelo tradicional até cobre na hora que a gente veste, mas depois fica subindo (faz toda diferença estar com a cabeça e orelhas cobertas, bebês têm muita sensibilidade no ouvido), caindo, etc.

Foto Site Zara IE

Não usamos luvas, mas compartilho outro trauma hehe, detesto aquelas que são de encaixar mini dedinho por mini dedinho. O modelo inteiro de encaixar só o dedão é mais negócio.

Outro detalhe meio óbvio, mas que levei anos para aprender,  diz respeito à qualidade do material das roupas. Eu valorizava a grossura do tecido e nunca olhava a composição, um erro clássico.

Saía com meu blusão 100% poliéster que dobrado parecia uma colcha de cama king size e achava que estava abafando e ficaria quentinha o dia inteiro. 

Na real, uma blusa de lã pura ou cashmere fininha faz o trabalho de manter o corpo quente muito melhor, isso vale para crianças também.

Hoje, quando vou comprar roupa, vejo a composição das peças, observo se tem pelo menos uma porcentagenzinha de lã no meio (e fica a dica para a lã uruguaia que é maravilhosa), funciona bem e as roupas duram muitos invernos.

Para crianças, esse fator durabilidade desaparece e vira um dilema pra mim hehe. Elas crescem na velocidade da luz e as roupas deixam de servir rapidamente, prefiro gastar dinheiro num bom casaco e para as segundas camadas aposto no fleece/flanela que tem um custo mais acessível para o dia a dia e protegem bem.

E sobre o material da primeira camada ser térmico, eu não acho necessário para esse tipo de frio.  Nunca usamos no Uruguai, só em viagens para outros países mais frios. Se você tiver a segunda pele ou uma camiseta de malha fria que fique justa no corpo, funciona.

Acabei de ver que a segunda pele e a blusa térmica custam mais ou menos a mesma coisa no Brasil (consultei no site da Lupo e Centauro), então vai do gosto mesmo, do tanto que a pessoa é friorenta/calorenta e do que já tem no armário.

Para viajar com bebê no inverno, além das roupas citadas, acho essencial levar no carrinho uma manta, não precisa ser imensa, uma pequena cumpre a função.

É ótimo para os passeios em lugares abertos, não custa lembrar que todo ambiente fechado tem calefação, por isso a ideia de vestir-se em camadas é interessante: dá para adequar-se ao ambiente de maneira prática investindo em peças fáceis de tirar e colocar.

E melhor que a mantinha, são os cobertores de carrinho, o de Gabi era um saco acolchoado que cobria da cintura para baixo, mas tem modelos mais novos que acompanham - e protegem mais - todo o corpo.
Como vestir bebês no inverno em Montevideu

Como vestir bebês no inverno em Montevideu
Fotos Site Mother Care IE

Não sei o nome específico em português, em inglês chamam de footmuff ou cosytoe. Em Montevidéu comprei na Petit Baby e chamam cobertor de coche.

Se você não tem, tudo bem, não é um acessório imprescindível, facilita a vida porque fica preso no carrinho, ou seja, o bebê se mexe a vontade e não se destapa nunca (quem já voltou com a manta suja porque o guri arremessou no chão levanta a mão hehe) e como o material é quase sempre de nylon e acolchoado acaba funcionando como uma barreira para o vento também.

Não é barato, pelo menos aqui em Montevidéu custa 50usd ou 80 usd dependendo do modelo, então não acho que vale a pena comprar só para uma viagem de 2 ou 3 dias num inverno de temperaturas razoáveis (levando em conta que só a manta resolve).

Caso tenha planejado outras viagens para lugares frios, a compra se justifica porque é um acessório que acompanha o crescimento da criança.

Outro apetrecho que usamos é a capa de chuva para carrinho, eu sei que ninguém vai turistar debaixo de um pé d'água, mas as vezes rola uma garoa ou é preciso fazer um trajeto curto caminhando, de repente está chovendo e você quer ir jantar no restaurante da esquina, usando a capa não cai uma gota na criança.

O preço desse é mais simpático, custa 24usd nas bandas de cá. E sim, essas coisas - assim como carros, imóveis, eletrônicos e tal - são vendidos em dólares americanos no Uruguai porque a economia é assim (mas gente, o título do post é sobre vestir crianças e bebês no inverno e eu já dei uma volta no mundo).

Para terminar, outra dica de penduricalho que serve para todas as estações e é perfeito para quem viaja com 2 crianças de idades diferentes: são as plataformas (buggy board/ stroller platform o nome na gringa) que encaixam no carrinho e levam 2 bacuris num transporte só.

Também não é barato, boas 100 doletas, mas é o tipo de investimento que eu faria porque amo andar nas viagens e criança cansa rápido, o suporte ajuda (e dá para usar sempre, em qualquer passeio de fim de semana na volta das férias).

No mais, acredite. Coragem e positividade, sempre. Usando as roupas certas, viajar no inverno com criança não é nenhum bicho de sete cabeças. As férias em família serão incríveis! <3

Abraço!

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