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Verão e hospedagem em La Paloma

La Paloma é o balneário afetivo da família desde muito antes de eu chegar, faz mais de 40 anos que meus sogros veraneiam por lá, mas faziam alguns veranos que eu estendia a canga em outras praias. 

Ano passado voltei e já no primeiro dia prometi não demorar mais tanto. Me hace bien.

E não gosto de mar com onda nem água fria, caribenha - quase - que soy, mas tem algo de mágico no verão uruguaio que envolve. Paz e simplicidade. Abundância. As coisas como são. Desconexão. 

A gente ainda vai na praia como nossos pais, os deles, no caso. Pequenos rituais: yerba mate, cadeira, isopor, guarda-sol. A farofa tá permitida sem julgamentos (diria que só no Brasil se julga, mas pouca gente tá preparada para essa conversa). Um quê de hippie. Estado bruto. Leve.



Cada dia o céu pinta de uma cor, espetáculo. Ando cansada mentalmente, ritmo acelerado. Uruguay é sempre meu pé no freio. Lembrete de calma, respira. O agora. 

As férias de verão são simples. O que fazer é bem claro: hacer playa, un asadito, estar.  Raramente atualizo o blog com notícias de Rocha porque não tenho novidades - embora cada temporada a oferta gastronômica da região melhore e se amplie, as baladinhas pululam e tal - a gente fica tranqui

Almoços demorados, mesa cheia (los suegros, seus 4 filhos e parejas, 8 netos, 2 cachorros), tem massa caseira do abuelo, torta frita (essa instituição do verão uruguasho) quando o tempo fecha, churrasco.

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Um dia em Cabo Polonio

Não canso de dizer que Cabo Polonio é um dos lugares mais mágicos desse país, uma beleza em estado bruto, um lugar autêntico e único.

Bate e volta em Cabo Polonio no Uruguai

Sempre que passamos o réveillon em La Paloma aproveitamos para esticar as férias em Cabo Polonio, mas no último verão estavamos com Gabi tão piquitica (4 meses) que achamos melhor não encarar o saculejo do caminhão para chegar na praia.

Esse ano nos sentimos confortáveis para fazer a viagem em família e fomos felizes reencontrar nosso paraíso! :)

Para chegar na vila há toda uma aventura: tudo já começa a mudar de cara quando chegamos na altura do km 264 da Ruta 10. 

Cabo Polonio faz parte de um parque nacional e por proteção apenas veículos autorizados podem circular lá dentro. Quem chega de carro precisa parar no estacionamento e seguir em caminhões como esse da foto.

Como chegar em Cabo Polonio

Na teoria agora em janeiro os caminhões partiam a cada 1h, nós chegamos em cima da hora e não conseguimos lugar livre, mas em menos de 15 minutos apareceu outro caminhão vazio e pudemos seguir viagem sem muita espera. 

São 7km balançando entre dunas e bosques num percurso que dura quase meia hora. No caminho as paisagens são arrebatadoras e revelam os segredos de um dos destinos mais pitorescos que conheci na vida: tudo é muito simples e rústico, meio improvisado, despretensioso, natural.

Cabo Polonio tem uma energia diferente, é difícil explicar o que torna tão especial. Não tem luz elétrica nem água corrente, as ruas são todas de areia, o ritmo é lento e de paz.

Hospedagem em Cabo Polonio
Hospedagem em Cabo Polonio

A passagem do caminhão ida e volta custa 200 pesos (aproximadamente 25 reais). A volta não precisa marcar um horário, é só chegar no ponto e esperar na fila. 

Nós fomos só passar o dia, chegamos de manhã e voltamos no meio da tarde para La Paloma. Deu para aproveitar bastante, ficamos um tempo na praia La Calavera e por volta do meio dia quando o sol ficou mais forte nos refugiamos no restaurante Lo de Dani que tem uma sombra boa para almoçar com tranquilidade.

Não achei os preços caros, nada muito diferente do que pagamos em Montevidéu. Pedi de entrada uma porção de buñuelos de algas, os bolinhos fritos de alga marinha típicos da região, que custou 170 pesos e meu prato principal foi peixe com batatas fritas e molho de queijo por 380 pesos.

Onde comer em Cabo Polonio

Depois fomos passear no farol, a subida custa 25 pesos e a vista é sensacional. Gabi fez a soneca do dia na base do farol curtindo a sombra, o barulhinho do mar e dos lobos marinhos fazendo a festa.

Dicas Cabo Polonio Uruguai
O que fazer em Cabo Polonio no Uruguai

Daí voltamos para o centrinho e pegamos o caminhão de volta. Os amigos que nos acompanhavam foram curtir a praia Sur que estava divina bem verdinha e gelada.

A água do mar é sempre gelada, mas o banho é uma delícia, vale a pena encarar os primeiros segundos congelantes rs. 

Morri de pena de voltar, o dia estava incrível, mas não quis abusar e passar o dia inteirinho com a pequena na praia, o calor em janeiro é forte, nós levamos um guarda-sol e garantimos sombra o tempo todo (não tem árvores nas praias, não rola sombra natural, recomendo que levem ou aluguem).


Cabo Polonio funciona bem para um bate e volta só para quem faz base nas cidades próximas, como Águas Dulces ou La Pedrera, jamais para quem está em Montevidéu, desde a capital são boas 5h de viagem e um bate e volta de 10h de viagem é loucura total.

Para a experiência ser completa e ainda mais especial vale a pena passar uma noite e ver o céu todo estrelado curtindo o movimento dos bares com viajantes do mundo todo.

Na saída pagamos o estacionamento (190 pesos a diária) e eu já fazia planos para voltar.

Quem mais está contando as horas para viver a magia de Cabo Polonio? :)

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5 destinos de verão no Uruguai

Nos últimos dias a temperatura esteve nas alturas, o país recebeu olas de calor e em muitas cidades os termômetros marcaram 40º ou mais! 

E com todo esse calorão o que as pessoas mais queriam era estar na praia, né?

O bacana é que desde Montevideo o acesso a vários balneários é rápido e barato, então dá para programar uma viagem curtinha no fim de semana, ou até mesmo fazer um bate-volta de poucas horas.

Como ainda teremos mais dias de verão pela frente, resolvi fazer uma lista com meus 5 destinos preferidos para curtir a estação no Uruguai. 


1- Cabo Polonio

Cabo Polonio Uruguai

Cabo Polonio definitivamente é a joia do litoral uruguaio. O lugar é único, pitoresco, tem belas paisagens e uma energia incrível.
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Destino: Punta del Diablo

O Uruguay tem outra Punta que faz o maior sucesso: conhecida como Punta del Diablo, o pequeno vilarejo à beira mar é um dos destinos de verão mais procurados do país.

Punta del Diablo Uruguai

A estrutura de Punta del Diablo em nada se assemelha a Punta del Este, nessa outra Punta tudo é mais relaxado, com um jeitinho mais simples, descolado e preços mais acessíveis. 

É um lugar que combina tranquilidade e agitação, durante o dia há aquele clima pacato do litoral, os uruguaios tomando mate, pegando sol, tudo muito sossegado. 

Punta del Diablo Praia
Punta del Diablo Ruas

Quando cai a noite, a vila de pescadores se transforma, os bailes aparecem e se sente aquele burburinho de paquera e agito nas ruas. 

No mês de janeiro tudo lá é muito concorrido: hospedagem, restaurantes, festas, etc. Há anos vem sendo o point da juventude no verão. 

Nos jornais são frequentes os títulos de "dona da noite", "clima de festa" e "rainha da noite" para descrever a vida noturna em Punta del Diablo, dizem que em todo o departamento de Rocha não há balada melhor. 

Para fazer jus à fama, opções não faltam, a noite começa com o que os uruguaios chamam de previa, lá na Bahia é o tradicional esquenta, aquela coisa de encontrar os amigos antes da festa em algum bar (ou em casa), conversar e beber uns drinks.

No centrinho, mais precisamente na Avenida de los Pescadores e Avenida Central, há uma boa oferta de bares e pubs, alguns com música ao vivo. 

Lá pelas 4h da manhã - pois é, às 4h da manhã! - o movimento migra para os boliches, que entendemos como boates, e começa a festa propriamente dita. 

Em noites de alta temporada os boliches chegam a registrar a entrada de 5.000 pessoas, os mais disputados atendem pelo nome de Bitácora - há mais de 15 anos animando a noite local, Pogo e o recém-chegado El Club. 

Esses estabelecimentos estão localizados na entrada da cidade, convenientemente mais afastados do centrinho, casas e hospedarias, garantindo o mínimo de sono aos que viajam em busca de sombra e água fresca.

Com a luz do dia as praias voltam a ter todas as atenções, os viajantes se dividem entre a Playa de la Viuda, Playa del Rivero e  Playa de los Pescadores (ou de los Barcos / Botes como já vi alguns chamando) com os barquinhos na areia compondo um cenário charmoso e pitoresco

Punta del Diablo Praia Los Botes
Praia de los Pescadores

E tem ainda a Playa Grande, fica um pouco mais longe, é menos movimentada e separa Punta del Diablo de Santa Teresa.

A água do mar é fria, mas superados os primeiros segundos, o banho torna-se revigorante. É uma boa região também para a prática de surf, segundo dizem, os melhores meses são de setembro a novembro e março a maio.

A feirinha de artesanato é uma atração popular, boa para olhar e comprar acessórios, lembranças. Outro momento apreciado pelos turistas é a chegada dos barcos de pesca, os peixes fresquinhos podem ser comprados ali mesmo na praia.

Punta del Diablo Feira

Para almoçar/jantar há uma variedade de restaurantes e resto-pubs, muitos seguem um estilo hippie chic, outros são mais rústicos mesmo, alguns mais caros, outros mais baratos, enfim dá para escolher o que melhor se encaixa ao seu perfil ou bolso.

É uma oportunidade perfeita para provar os frutos do mar a la uruguaya, sempre é tão mais fácil encontrar carnes e parrillas que eu não perderia a chance de experimentar um peixinho, mexilhões ou pelo menos os buñuelos de algas (bolinhos de algas fritos) típicos da região.

Punta del Diablo Restaurant
Restaurante Il Tano Cucina

Punta del Diablo, assim como La Paloma, é uma boa base para explorar o departamento de Rocha, estando aí é possível fazer passeios à Fortaleza de Santa Teresa, Bosque de Ombúes, La Pedrera, Cabo Polonio, etc.

As praias uruguaias não tem a beleza tropical que estamos acostumados no Brasil, areias brancas, coqueiros, águas mornas, não esperem encontrar isso lá.

Punta del Diablo Praia Ribero
Praia del Rivero
Punta del Diablo Praia Viuda
Praia de la Viuda
Fonte: puntadeldiablo.com.uy

A natureza se apresenta com uma beleza distinta, vá de coração aberto para se encantar com a energia desses lugares, é muito fácil deixar-se levar pelo ritmo despretensioso da vida.

É curioso, mas quando lembro dos verões no Uruguay, não são as praias que me fazem suspirar saudosa, e sim aquela sensação de leveza, de bem-estar que sentimos na areia da praia ou nas ruelas dos pequenos vilarejos, os entardeceres mais belos, o mate e o papo correndo solto numa roda de amigos, simplicidade e poesia andando juntas...

Como chegar:

O acesso se dá pela Ruta 9, Km 298. 

Para quem pensa em alugar carro e ir dirigindo, a estrada costuma estar em ótimas condições desde Montevideo (até chegar a Punta del Diablo passamos por 3 barreiras de pedágio).  

De ônibus a viagem demora em média 4h30min - partindo da capital uruguaia - e a passagem ida e volta custa aproximadamente 90 reais.

As empresas Ruta del Sol, Cot e Cynsa fazem o trajeto. Consulta de horários no site da rodoviária Tres Cruces.

Onde ficar:

Há inúmeras opções, desde campings e hostels badalados a cabaninhas aconchegantes, pousadas e casas para alugar. 

Você pode conferir as opções de hospedagem no site Uruguay 360 fazendo um passeio virtual pelas instalações disponíveis. E clicando nesse link suas reservas ajudam o blog! :) 


Quando ir:

Depende do gosto de cada um, há quem goste de praia no inverno também, mas é bom levar em conta que na baixa temporada as opções são mínimas, pouca coisa funciona, pode haver muito vento ou chuva.

De dezembro a março seria a época mais recomendada, o vilarejo vibra e o sol é companhia constante... ou não, pegamos uma chuva de verão em janeiro, foi um banho digno de cinema rs!

Punta del Diablo Chuva

Abraço! ;)

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Bosque de Ombúes

Preciso confessar que gosto de ser a turista da família charrua, mesmo depois de 2 anos vivendo no paisito, sempre aparece alguém com uma história ou curiosidade para contar, com alguma comida diferente para provar ou com dicas de algum lugar para visitar.

Foi num bate-papo de verão que me contaram sobre o Bosque de Ombues e claro, fiquei curiosa para conhecer. 

O ombú geralmente cresce isolado nas planícies dos pampas e é uma planta que tem uma relação muito forte com a cultura gaúcha do país. 

No Uruguay, por razões ainda pouco esclarecidas pela ciência, é possível encontrá-los agrupados formando impressionantes bosques em regiões distintas.

Um agrupamento está no departamento de Rocha e o outro - um pouco menor - no departamento de Minas.

Conheci o Bosque de Ombues que fica no departamento de Rocha, lá pertinho de La Paloma. 

A visita é bem interessante e começa com um passeio de barco pelo Arroyo de Valizas, um rio com pequenas casinhas de pescadores e uma calmaria que só é quebrada pelo canto dos pássaros e ruído do motor.


Desde o barco já podemos ver algumas aves nativas, vacas e ovelhas pastando nas margens do canal, as vezes até esqueciamos que a praia estava do outro lado!



A viagem de barco é curta, cerca de 15 minutos e chegamos no Rincón de los Olivera (a família é dona dessas terras desde o ano de 1793), é desse lugar que iniciamos a caminhada pelo bosque.

A caminhada é leve e plana, e como os ombues são conhecidos pela sombra generosa que oferecem, mesmo nos dias quentes de verão o passeio é agradável.

Não é exagero dizer que o guia conhece cada árvore do bosque, aliás nesse ponto há toda uma controvérsia para definir se o ombú é uma árvore ou um arbusto.

A primeira vista tive certeza que estava diante de árvores: os troncos são largos, a altura pode chegar a 15 metros e algumas tem 500 anos de idade (!!!), mas a medida que ele ia explicando mais detalhes, como por exemplo que o caule do ombú contém muita água e não forma uma madeira firme como estamos habituados a ver, forma um tecido esponjoso que não queima, já não sabia o que pensar. 





No final a definição é o que menos importa, você se deixa levar pela beleza de estar cercada pela natureza e se diverte com as formas, espaços e tamanhos das inúmeras plantas.

Depois de ouvir muitas histórias, voltamos para pegar o barco e cruzar para o outro lado do rio onde fica uma reserva, lá a propriedade é estatal e a visita é guiada por um guarda-parque, nessa parte além da diversidade de árvores, há mirantes para observação de aves. 


Muita gente acredita ainda que o ombú guarda poderes misticos e estar em contato com estas plantas seculares pode provocar sensações raras.

Acreditando ou não nessa energia, o passeio é bem gostoso e vale para todas as idades, no nosso grupo tinha criança, adulto, idoso, casal, família... e na volta todo mundo parecia satisfeito com a experiência.


Abraço! ;)


Mais informações:

Pegamos o barco na Ruta 10, Km 267 entre La Paloma e Aguas Dulces (é fácil identificar o lugar pelo rio, cais e casinhas. Chegando lá é só procurar a agência da família Olivera, é a única disponível).

O passeio custou uns 250 pesos uruguaios por pessoa e enviei um e-mail perguntando se houve alteração de preço, acredito que não, mas se for o caso, assim que receber uma resposta atualizo o post.

P.S.: antes de ir tinha lido na internet que o passeio incluía chorizos e empanadas, quando perguntei ao carinha, ele disse "no, no crea en estas cosas de internet" rs. Encontrei empanadas no Rincón, mas eram pagas a parte.

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Fortaleza de Santa Teresa

Uma das melhores dicas que poderia dar para quem irá visitar o Uruguay! ;)

A Fortaleza de Santa Teresa e todo seu entorno é um lugar espetacular fora da rota turística tradicional. 

Essa belezura está localizada no Departamento de Rocha - mais precisamente no Parque Nacional Santa Teresa - e além de oferecer paisagens de tirar o fôlego, nos permite estar em contato com uma parte da história do paisito.


O forte começou a ser edificado a mando português em 1762, mas apenas 6 meses depois foi tomado pelos espanhóis, que se encarregaram de finalizar a construção

A construção impressiona, a começar pela altura que em alguns pontos alcança 11,5 metros, depois pela cor amarelada dos muros e a forma em pentágono irregular. 

A conquista desse território era valiosa nas estratégias de ocupação da região e ao longo dos anos o forte foi  alvo de disputa entre portugueses, espanhóis, ingleses e criollos. 

E dos conflitos ficaram as histórias, hoje esse espaço transmite uma paz gostosa de viver e está de portas abertas ao público, abrigando um pequeno museu com maquetes de outras fortalezas do Uruguay e uma coleção de armas, vemos também o que seria a cozinha dos soldados, a enfermaria, a capela, etc.



O parque nacional deixa a visita ainda mais interessante: dá para curtir uma prainha, fazer caminhadas nos mais de 60 km de trilhas, apreciar praias a perder de vista desde os mirantes, ver vegetação abundante - são mais de 2 milhões de arvores - e ainda é possível acampar, encontramos uma estrutura eficiente para essa atividade que faz a cabeça dos uruguaios no verão.

Há linhas de ônibus que deixam os visitantes na entrada do parque, mas até a fortaleza é uma caminhada boa (muita gente fica na entrada pedindo carona a quem chega de carro). 

Empresas de ônibus que fazem esse trajeto desde Montevideo: R del Sol, Cynsa e Cot. Consultas de preços e horários aqui.

Vi também  agências vendendo excursões - do tipo day tour - saindo de La Paloma.


Ah, vale a pena ficar para ver o por do sol aí! 

Abraço!


Informações:

A entrada custa 20 pesos uruguaios - mais ou menos 2 reais.

Horário de Inverno: Sexta a Domingo (e feriados) das 10h às 17h.

Horário de Verão: Quarta a Domingo das 13h às 19h.

Ruta 9, Km 302
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Camping no Uruguai

Uma prática muito comum no Uruguai é acampar no verão.

Há vários campings espalhados pelo país, muitos oferecem uma estrutura para deixar a atividade mais confortável, como por exemplo corrente elétrica, churrasqueiras, chuveiros e pias para lavar roupa ou louça e ainda espaços comuns de lazer.

E se engana quem pensa que é uma atividade reservada aos jovens mais aventureiros: há famílias inteiras curtindo os dias de calor nesses lugares.

Mais que economizar uma graninha, passar uma temporada em camping é um estilo de vida. Tem gente que não troca essa experiência por nenhum quarto de hotel! 

Os mais aficionados investem em barracas, equipamentos, casas rodantes, trailers ou motorhomes.

Antes de viver no Uruguai só tinha dormido em barraca duas vezes, não posso nem chamar como uma experiência de acampamento rs! 

Já meu namorado cresceu fazendo isso no paisito, a família dele tem uma casa rodante fofa e as lembranças das vacaciones deles sempre envolvem os dias nos campings.  

E ele me convenceu a ir acampar também, cheguei a pensar que não ia curtir o passeio, pensava na areia, no sol, como ia tomar banho, secar o cabelo e um monte de bobagem. 

Não contava com a astúcia dos uruguaios, né? 


Fiquei impressionada com toda a estrutura que eles montaram em volta da casita rodante: uma barraca enorme onde eu podia ficar em pé e trocar de roupa sem passar aperto, lonas que faziam um teto e dava sombra todo o dia, uma mini cozinha com fogão, forno e caixa térmica (além do frigobar dentro da casita), uma rede (conhecida aqui como hamaca paraguaya) amarrada nas árvores, rádio, mesas e cadeiras.

  

A hora do banho também foi tranquila, o camping tinha banheiros femininos e masculinos com água quente. Também consegui secar o cabelo com tranquilidade. Não sofri com mosquitos nem com calor para dormir (na verdade faz é frio a noite e o calorão de meu Deus começa só depois das 10h).

O clima estava tão bom, tão férias na praia que um dia até preparei uma moqueca para 6 pessoas com peixe comprado fresquinho no porto! Surpreendentemente o prato baiano agradou todo mundo rs! :P



Aproveitei o verão em La Paloma de um jeito novo e posso imaginar outros verões assim. 

Abraço!
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Fui ao Chuí/Chuy!

Desde o verão passado quando estivemos em La Paloma que eu queria dar uma passadinha lá no Chuí e o pessoal não entendia direito meu interesse especial em conhecer justo esse lugar tendo a região tanta coisa linda para ver, como por exemplo Cabo Polonio e a Fortaleza de Santa Teresa.

Esse ano novamente de férias em La Paloma, expliquei que desde pequena tinha essa frase do Oiapoque ao Chuí na cabeça e essa história dos 2 extremos do Brasil mexia com minha imaginação, então todo mundo se compadeceu do meu sonho de ter uma foto ao lado da plaquinha "Bem-vindo ao Chuí" - porque é claro que queria um registro desse momento para a posteridade rs -  e finalmente seguimos em caravana rumo à  fronteira.


Chegando lá paramos na avenida principal e de imediato fiquei confusa: é uma mistura tão grande do que é Brasil, do que é Uruguay, do que é português, do que é espanhol, do que é peso, do que é real que custei a acostumar ou entender! 

É diferente das outras cidades de fronteira que conheci por aqui, achei a mescla muito mais intensa lá.

                                 Menú em português e espanhol: tudo junto e misturado!

Em tese a avenida principal divide o que seria Brasil e o que seria Uruguay, então do lado uruguaio há uma infinidade de free shop! Sério, é free shop que não acaba mais, um do ladinho do outro! 

Já do lado brasileiro há grandes lojas de roupas, calçados,  artigos de cama, mesa e banho, a maioria bem no estilo centrão! 

                                                                     "Lado brasileiro"
                                                             Free shop do "lado uruguaio"

Me chamou atenção ver  bastante muçulmano a frente dos estabelecimentos comerciais. Não sabia que o Rio Grande do Sul está entre os 3 estados brasileiros com maior número de imigrantes muçulmanos, e dentro do RS a cidade do Chuí é a que abriga o maior número de muçulmanos em relação a sua população total, curiosa depois da viagem, busquei no Google. 

Quando finalmente encontrei a plaquinha que dizia " Chuí - O Brasil começa aqui" era só alegria, e aí tirei minha foto visualizando mentalmente o mapa do meu país!


Porque sou dessas pessoas estranhas que tem uma certa fixação com placas e mapas, lembro quando fui à patagônia e estive na cidade de Ushuaia, lá havia uma placa que dizia "fim do mundo" e eu fiquei toda serelepe me sentindo na pontinha da América do Sul... e no Chuí lá estava eu toda contente de novo me sentindo na pontinha do Brasil! 

Passei só uma tarde na cidade - ou cidades! - e não explorei nada mais além dessa área de comércio, almoçamos numa churrascaria uruguaia e antes de ir embora lanchamos do lado brasileiro: guaraná antarctica e salgadinho fandangos, bom demais! ;)

Eramos 6 pessoas e cada uma queria comprar/olhar algo diferente, assim terminamos entrando acredito que em quase todas as lojas de free shop, uff

Para comprar nessas lojas em tese precisa de um documento estrangeiro, era a única brasileira do grupo, mas vi muitas lojas vendendo a uruguaios, o truque é não dar a nota fiscal e vender! 
Nas lojas mais sérias pedem mesmo o documento, em 2 lugares pessoas me pediram para comprar produtos com minha identidade (escrito brasileira na testa, né?), ouvi dizer que há brasileiros que cobram para fazer isso, comprei por gentileza.

O free shop que achei mais completo foi o Neutral, vende de tudo: bebidas, roupas, produtos eletrônicos... 

Basicamente o passeio foi o almoço, minha fotinha para a posteridade, uma ligação demorada para mamys com um chip perdido da tim na carteira (- Oi mãe, tô no Chuí! / - Oxe, no Chuí? Ha ha ha essa menina...) e as compras no free shop, no nosso caso - meu e do namorado - mais  "uma olhadinha" que compras, só levamos vinhos, cervejas, batatas pringles e chocolates que consumimos em La Paloma mesmo. #gordices!

Abraços! ;)


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Destino: La Pedrera

Seguindo a programação do feriadão, no dia seguinte fomos a La Pedrera: simples e linda!


Ainda não conhecia, só ouvia falar do famoso carnaval de lá! Tem até um documentário bem interessante falando sobre a origem da festa e a proporção que tomou nos dias de hoje: atualmente nos 2 dias de carnaval o vilarejo recebe mais de 40 mil pessoas num espaço de 5 quadras de ruas estreitas!

O documentário chama-se "O último carnaval" e vale a pena ser visto, o roteiro é bem guiado com imagens e depoimentos de moradores contando a história da festa. 

Eu como baiana que já curtiu alguns carnavais e atualmente se sente constrangida com o apelo da tal "maior festa popular do planeta", me identifiquei com vários pontos expostos.

O carnaval de La Pedrera ainda não é tão privatizado como na capital soteropolitana, mas a banalização da curtição carnavalesca e o consequente afastamento da essência da festa é um sentimento comum em ambos eventos, com as devidas proporções, é claro.

Fica a dica do documentário! Agora volto ao passeio! ;)

Achei La Pedrera uma graça, um clima mais roots, mais chill out! Já cruzando a vila em direção à praia somos surpreendidos com o fim da pista e uma vista maravilhosa para o mar, bem assim:


A praia é linda, tem ondas e surfistas, e te dá vontade de ficar aí pra sempre nesse climão desacelerado.


Já comentei que o pessoal aqui leva o kit praia: cadeira, sombreiro e caixa térmica. Não é comum ver pessoas vendendo comidas ou bebidas nas praias, daí a utilidade de levar a conservadora, tampouco é comum alugarem cadeiras e sombreiros.

Ainda não temos o kit praia, o verão primavera chegou de surpresa, estava frio e de repente fez calor, e eu demoro a me acostumar com essas mudanças, sabem? Fico confusa de verdade rs!

Então o jeito foi passar o dia debaixo do sol, o que também é bem normal para as uruguaias, há uma ideia de "hacer playa" que consiste basicamente em tostar as carnes no sol! :P

O ponto positivo de ir a praia nos balneários daqui é a paz e tranquilidade, dá pra ler um livro e até tirar uma soneca, sem barracas ou carros com músicas de gosto duvidoso na maior altura incomodando.

                                            Leitura uruguaya do fim de semana!

P.S.: estou com o livro do Galeano que eu queria tanto ler em espanhol! Presente especial! ;)

La Paloma e La Pedrera ficam distante apenas 10km uma da outra, estão situadas no departamento de Rocha que fica aproximadamente a 240 km da capital uruguaia.

Há ônibus com saídas diárias - a passagem custa R$32 - e opções de hospedagem para todos os bolsos e gostos: campings, hotéis e hostels.

Para quem quiser ir dirigindo, a rodovia possui 3 pedágios - cada um custa R$5,50 - e a estrada está em ótimo estado. Triste mesmo só o litro da gasolina a R$3,70.

Consultar horários dos ônibus aqui. Post sobre aluguel de carro em Montevideo aqui.

Abraços!

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